Cefaleia tensional e enxaqueca não são iguais
Publicado 29/09/2016
Enxaqueca crônica
Segundo
a Sociedade Brasileira
de Cefaleia (SBC) existem mais de 150 tipos de dor de cabeça, sendo duas
delas as mais comuns e que mais geram dúvidas na população: a cefaleia
tensional e a enxaqueca. Para
explicar sobre as suas características consultamos um especialista no assunto, o
neurologista pela Universidade de São Paulo (USP), Dr. José Geraldo Speciali (CRM SP-14531).
Atingindo
cerca de 70% dos homens e 88% das mulheres*, a cefaleia tipo tensional tem como sintoma a sensação de pressão ou
aperto (não pulsátil) em toda a cabeça, geralmente
ocorrendo mais ao final do dia, com intensidade de fraca a moderada, que não chega
a impedir a pessoa de realizar suas tarefas diárias. Este tipo de cefaleia
também não costuma se agravar com a realização de exercícios, a exemplo da enxaqueca.
Como
o próprio nome remete, a cefaleia tensional costuma estar associada a situações
de estresse, ansiedade, tensão e depressão. Quando a pessoa ignora os limites do
próprio corpo e se sobrecarrega de atividades, isso também pode ser
determinante para o surgimento da dor, como explica o neurologista: “Quem abusa
do estresse físico e emocional e fica à mercê do trabalho por horas, dias, sem
pausa, sem lazer, está mais sujeito à cefaleia tensional”.
A dor de cabeça tipo tensional também pode ser episódica ou crônica, sendo que a diferença entre elas se baseia no período de duração.
- Cefaleia tensional
episódica:
ocorre pelo menos quinze dias no mês e dura de 30 minutos a sete dias.
- Cefaleia tensional
crônica:
ocorre em mais de quinze dias no mês por seis meses ou mais.
“Em
geral, a cefaleia tensional é mais fácil de controlar com medidas comportamentais
simples como assistir a um bom programa de televisão, ler um livro, tomar um banho
morno, praticar atividade física, dedicar-se ao convívio familiar, praticar algum
hobby, viajar, entre outros”, indica Dr. Speciali.
Especialmente
para os casos episódicos, o tratamento não deve envolver medicamentos. “Como
essa dor de cabeça está mais relacionada ao emocional, nós nos concentramos nas
orientações para as mudanças de hábitos do paciente, inclusive, alertando-o
sobre o perigo do uso abusivo de analgésico,
que é muito comum e pode tanto agravar as dores de cabeça quanto omitir
sintomas que apontam para problemas mais sérios, como AVC, coágulo cerebral,
tumor, problema na vista, e assim por diante. Mesmo quando há indicação de
medicamentos, eles visam mais o alívio do estresse do que a própria dor, ou
seja, prioriza a causa e não a consequência”, esclarece o médico.
Já
a enxaqueca é conhecida por dores de
cabeça mais agressivas. Elas se apresentam de forma latejante e pulsátil, geralmente
em apenas um lado da cabeça e com intensidade que pode variar de moderada a
intensa. Ela também pode surgir acompanhada de náusea (e até vômito),
sensibilidade a som, luz, cheiro e movimento, sendo que este último pode até
agravar as dores. Sua forma crônica também
é determinada pela duração: 15 dias por mês por pelo menos três meses (veja
mais aqui).
Como
se trata de uma alteração química cerebral mais complexa, a enxaqueca deve ser
acompanhada de forma contínua por um neurologista que deverá recomendar um acompanhamento
multiprofissional, orientará sobre as medicações preventivas da dor e as
efetivas para as crises, bem como a necessidade de mudanças comportamentais
para a prática de atividades físicas bem orientadas, alimentação funcional,
entre outras terapias de apoio.
Para
todos os tipos de dor de cabeça, Dr. Speciali faz um alerta: “Automedicação
nunca é uma boa saída. O consumo de mais de dez analgésicos por mês já
determina abuso de medicamento e pode trazer sérias consequências ao seu
organismo, a começar pela dependência cada vez maior da medicação que não trata
mais alívio para as crises. Consulte o neurologista
e trate adequadamente o seu tipo de dor de cabeça”.
*Sociedade Brasileira de Celafeia = http://www.sbce.med.br/SBCe/index.php/pt-br/para-leigos/8-tipos-de-dor-de-cabeca?showall=1
O texto acima possui caráter exclusivamente informativo. Jamais realize qualquer tipo de tratamento ou se automedique sem a orientação de um especialista.
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