Dados da OMS apontam a prevalência anual de cefaleia crônica diária de 1,7% a 4% da população adulta. A enxaqueca crônica representa metade destes casos e, conforme estudos epidemiológicos realizados na América Latina, a doença tem prevalência de 5,12% no Brasil¹
A enxaqueca é uma das formas de cefaleia, popularmente conhecida como dor de cabeça. Segundo a Sociedade Internacional de Cefaleia, existem mais de 150 tipos de dor de cabeça. Por isso, no próximo dia 19 de maio, quando é celebrado o Dia Nacional de Combate à Cefaleia, são importantes os reforços em torno da prevenção de crises para promover melhor qualidade na vida de quem é acometido pela doença. Neste sentido, o auxílio de um neurologista é extremamente importante.
Embora tenha tratamento, suas crises não podem ser completamente evitadas, mas é possível distinguir a enxaqueca de outras formas de cefaleia, dadas as suas características e sintomas, como a ocorrência da dor latejante e pulsátil de 4 a 72 horas na região unilateral da cabeça, podendo ocorrer vômito, náusea, sensibilidade à luz, barulho e odores. Já a enxaqueca crônica são dores de cabeça com as mesmas características, mas que ocorrem por pelo menos 15 dias/ao mês e durante três meses – sendo oito desses dias seguidos com sintomas de enxaqueca.
Na linha de prevenção, é imprescindível que o paciente se conscientize de que sentir dor não é normal. Para isso, a Dra. Thais Villa, membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia, forneceu 5 dicas para amenizar a enxaqueca, mantendo as atividades diárias da melhor forma possível. Confira:
1. Alimentação
Ficar muitas horas sem comer é um grande erro para quem sofre com a enxaqueca. Digamos que é um “prato cheio” para uma bela crise. Por isso, é importante estabelecer uma rotina alimentar de 3 em 3 horas e sempre carregar frutas ou lanchinhos na bolsa/mochila.
Alguns alimentos podem ser grandes vilões, como café, chocolate, vinho tinto, queijos amarelos, refrigerantes, enlatados e embutidos. Contudo, isso dependerá muito de uma pessoa para a outra e deve ser investigado junto ao médico. Mas calma, nem todos os alimentos estão contra você. Alguns são aliados, como gengibre, pimenta, alimentos com magnésio, vitamina B – que pode ser encontrada na carne de fígado, queijo, leite, ovos, espinafre, frango, peru, frutos do mar, salmão, banana, amêndoas e iogurte. Você também deve consumir bastante água – pelo menos 3 litros diariamente.
2. Abuso de medicamentos
Basta a dor de cabeça aparecer que as pessoas correm para tomar um analgésico, não é mesmo? Ao ingerir mais de um remédio ao dia e em diversos dias da semana, com o tempo será perceptível que o medicamento não fará mais efeito. Não se deve abusar indiscriminadamente de analgésicos porque pode cronificar a dor, além de trazer diversos prejuízos à saúde.
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Procure a ajuda de um neurologista, especialista no tratamento de dores de cabeça. Ele poderá identificar qual é o tipo de dor cabeça e o melhor tratamento, podendo ser medicamentoso (com prescrição de antidepressivos, neuromoduladores, betabloqueadores) e até mesmo injetável, como a aplicação de Toxina Botulínica A.
3. Atividades físicas
Praticar exercícios faz bem à saúde e, para os portadores de enxaqueca, é essencial. Os mais recomendados são aqueles que não exigem tanto esforço do corpo, pois pode ter um efeito contrário, desencadeando a crise de enxaqueca de forma ainda mais intensa. Em academia ou ao ar livre, as atividades físicas ajudam a prevenir as crises. Opte por caminhadas, aulas de dança, natação, alongamento, Pilates ou Yoga. Para todos os casos, duas importantes recomendações: não faça nenhuma atividade física/esportiva se a crise de enxaqueca já estiver estabelecida, pois irá intensificar a dor; realize uma avaliação médica antes do início de qualquer prática esportiva.
4. Controle das emoções
Estresse, ansiedade, irritabilidade, preocupação excessiva, medo e solidão são alguns dos fatores emocionais que servem de gatilho para as crises de enxaqueca. Em meio à rotina diária e cheia de emoções, controlar tudo isso parece ser impossível, mas não é. Através de exercícios de respiração, relaxamento e meditação é possível ter maior controle sobre elas. Busque ajuda psicológica para entender melhor seus sentimentos e emoções.
5. Sono
Dormir pouco ou muito pode ser um gatilho para a crise de enxaqueca? Com certeza! É preciso criar uma rotina regular de sono de 6 a 8 horas por dia e não abusar das horas vagas do final de semana para colocar o sono em dia ou dormir mais do que o necessário. Para algumas pessoas com enxaqueca, dormir menos de 6 horas é o suficiente, mas isso depende da condição física, mental e psicológica de cada indivíduo. Por isso, o acompanhamento de um neurologista especialista no tratamento da enxaqueca pode ajudar também nessa avaliação.
Fique atento se estes itens fazem parte de sua rotina, pois a execução de cada um deles pode fazer a diferença em seu tratamento e resultados.
O texto acima possui caráter exclusivamente informativo. Jamais realize qualquer tipo de tratamento ou se automedique sem a orientação de um especialista.
¹ Latin American Consensus Guidelines for the Treatment of Chronic Migraine – disponível em http://www.baruco.com.br/blog/Consenso_LATAM_Migranea_Cronica_2012.pdf.